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→ Evento  | n-1 edições com participação especial de ricardo aleixo e giselle beiguelman

modernidades coloniais. lançamento duplo: des-habitat e lucio costa era racista? de paulo tavares

→ 01/09/2023
→ 19h às 21h
→ entrada gratuita
no dia 1 de setembro, sexta-feira, o Galpão Comum recebe o arquiteto e escritor Paulo Tavares para o “lançamento retroativo” de suas obras Des-Habitat e Lúcio Costa era racista?, em uma roda de conversa com a artista e professora Giselle Beiguelman e o artista intermídia Ricardo Aleixo. o evento será das 19h às 21h, com início das falas às 19h30, aberto e gratuito a todes.

paulo tavares é arquiteto, autor e educador. sua prática se dá nas fronteiras entre arquitetura, culturas visuais e advocacia de direitos. os projetos de tavares foram apresentados em várias exposições e publicações em todo o mundo, incluindo a trienal de arquitetura de oslo, a bienal de arte de são paulo, e la biennale di venezia 2023. é autor de vários livros que questionam os legados coloniais da modernidade, incluindo des-habitat (2019), lúcio costa era racista? (2022) e derechos no-humanos (2022). o projeto curatorial terra, em colaboração com gabriela de matos, recebeu o leão de ouro de melhor participação nacional na la biennale di venezia 2023. eleito pelo archdaily como uma das melhores práticas de arquitetura de 2023, tavares leciona na columbia gsapp e na unb, e lidera a agência de advocacia espacial autônoma.

ricardo aleixo é artista intermídia e pesquisador de literaturas, outras artes e mídias. recebeu da ufmg, em 2021, o título de notório saber, equivalente ao grau de doutor. tem dezoito livros publicados, dentre os quais se destacam modelos vivos (2010) e os mais recentes, extraquadro (2021, um dos 5 finalistas do prêmio jabuti 2022), sonhei com o anjo da guarda o resto da noite (2022) e campo alegre (2022). suas obras mesclam poesia, prosa ficcional, filosofia, etnopoética, antropologia, história, música, radioarte, artes visuais, vídeo, dança, teatro, performance e estudos urbanos. já fez performances em por todo o brasil e também internacionalmente. tem obras expostas nas mostras permanentes do museu da língua portuguesa, em são paulo.

giselle beiguelman é artista e professora da fau-usp. é autora de políticas da imagem: vigilância e resistência na dadosfera (ubu editora, 2021, 2a ed. 2023) e memória da amnésia: políticas do esquecimento (edições sesc, 2019), entre outros. suas obras artísticas integram acervos de museus no brasil e no exterior, como zkm (alemanha), jewish museum berlin, mac-usp, ims e pinacoteca de são paulo. em seus projetos recentes investiga a construção do imaginário colonialista das artes e das ciências com recursos de inteligência artificial, como em (de)composite collections (2021), com bruno moreschi, e botannica tirannica (2022)

des-habitat
semelhante a outras publicações “modernistas militantes” que floresceram na época, a revista habitat – publicação de artes e design editada pela arquiteta lina bo bardi nos anos 1950 – não apenas propagava imagens de arte e arquitetura moderna, mas também imagens de artesanato popular e artefatos indígenas. desta forma, introduzia o seu público simultaneamente ao vocabulário do modernismo e formas vernaculares e nativas de expressão cultural. des-habitat investiga a maneira pela qual a linguagem estética de habitat enquadrava tais objetos e imagens. o projeto mobiliza uma série de estratégias de design baseadas em layout, reapropriação e colagem – procedimentos centrais à linguagem gráfica de habitat – para interrogar o contexto a partir do qual essas imagens surgiram como significantes modernos nas páginas da revista.

lúcio costa era racista?
neste ensaio paulo tavares interroga a obra teórica de lúcio costa, autor do plano piloto de brasília e influente intérprete da formação nacional, para questionar os fundamentos racializados e coloniais da arquitetura moderna brasileira. um dos principais artífices do modernismo nacional, o pensamento de lucio costa é marcado pela presença da questão racial e do colonialismo como articuladores da visão de modernidade e tradição que propõe. ao refletir sobre este legado criticamente, o ensaio apresenta uma série de colagens que mostram como tais fundamentos se manifestavam não apenas como discurso, mas também através da arquitetura enquanto projeto e mídia.

n-1 edições foi fundada em 2011 e se diferencia no cenário editoria através da produção de livros-objeto numa área transdisciplinar, entre a filosofia, a estética, a clínica, a antropologia e a política.